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Conjuntura, conveniência e política

Difícil saber quando realmente começou e, principalmente quando vai acabar a crise conjuntural pela qual o país passa. A política que, conceitualmente, seria a forma de negociação e resolução de conflitos, se tornou um dos principais vetores do atual contexto. As instituições que deveriam zelar por uma sociedade democrática, sofrem de um processo de falta de legitimidade atestada por pesquisas de imagem junto à sociedade. A moral coletiva que poderia ser o alicerce de uma solidariedade social está muito mais assentada na individualidade, o que dificulta ações de grupos maiores para além das redes sociais. Nesse contexto caótico há de se considerar ainda os efeitos econômicos da desaceleração e retrocesso do PIB, bem como o fortalecimento de setores sociais com ideais reacionários.

Entre os reflexos da conjuntura nacional, o que estamos vivenciando no Espírito Santo pode ser o primeiro subproduto da PEC do teto dos gastos. Não que ela efetivamente já surta efeito nas contas públicas estaduais, mas porque serve de argumentação, juntamente com o imperativo do equilíbrio do orçamento, para a implementação de uma pauta política orientada pela diminuição – ainda mais acentuada – dos serviços públicos (o que na prática penaliza ainda mais aqueles com menor poder aquisitivo). Curioso nesse ponto específico, foi que a Polícia Militar foi o braço repressor do Governo em relação aos grupos sociais contrários à então proposta. E o resultado disso tudo no ES já é devastador. Seja do ponto de vista econômico – setores produtivos que já sofriam com o desaquecimento econômico agora se veem diante de um quadro muito mais dramático – ou seja, do ponto de vista social – mais uma vez a população carente foi a que sofreu com assassinatos em periferias.

Não sabemos como (e quando) sairemos dessa situação. Certo é que novos conjuntos de forças políticas e sociais estão surgindo e sendo reposicionadas no tabuleiro político. Já está em curso um novo alinhamento entre lideranças sociais no estado – menos por afinidade do que por conveniência política, por enquanto.

 

Gabriel Almeida

Jornalista do Tempo Novo há mais de oito anos, Gabriel Almeida escreve para diversas editorias do jornal. Além disso, assina duas importantes colunas: o Serra Empregos, destinado a divulgação de oportunidades; e o Pronto, Flagrei, que mostra o cotidiano da Serra através das lentes do morador.

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