Categories: Meio Ambiente

Concessionária diz que mancha escura em praia de Jacaraípe não é esgoto

A mancha no mar de Jacaraípe apresenta mau cheiro, segundo surfistas. Foto: William Andrade

Bruno Lyra
Responsável pelo esgotamento sanitário da cidade, as concessionárias Serra Ambiental e Cesan afirmam que a mancha negra na praia do Barrote, na foz do rio Jacaraípe, não é esgoto. Segundo a assessoria de imprensa da Cesan, o resultado da análise da água coletada em diferentes pontos do rio não indicaram “concentração significativa de esgoto doméstico”.

Mas não explicou o porquê da água escura, cujas imagens chocaram a Serra e o Estado no início de maio, quando o morador de Jacaraípe William Andrade registrou em vídeo, utilizando um drone, toda a situação.

Porém, a Cesan disse que outras análises das mesmas amostras estão em andamento, mas não deu previsão quando sairão os resultados nem que tipos de parâmetros serão avaliados. A coleta aconteceu no último dia 09 de maio, após a grande repercussão do vídeo de William Andrade, feito em fins de abril.

E o resultado divulgado até agora, segundo a Cesan, aponta que substâncias que caracterizam o esgoto, como nitrogênio, fósforo e coliformes fecais, “estão em níveis pouco significativos”. Desde janeiro de 2015 o esgoto da Serra é gerido pela Parceria Público-Privada (PPP) entre Cesan e Serra Ambiental.

Além da mancha, a água escura também exala cheiro forte, semelhante ao de esgoto. E passou a ser frequente na praia do Barrote desde 2009, quando a Prefeitura alterou a saída do canal do rio Jacaraípe para o norte. Quando a saída estava na direção sul, o problema atingia a praia de Castelândia.

Ativista e surfista questionam declaração

Presidente do Instituto Brasileiro de Fauna e Flora (Ibraff), Claudiney Rocha, questiona a declaração da Cesan. Ele é morador e ativista da região de Jacaraípe. “Se não é esgoto, o que é então? O rio Jacaraípe recebe esgoto sem tratamento de casas em suas margens, e das lagoas Juara e Jacuném, que estão bastante poluídas. Inclusive nos dias anteriores ao aparecimento da mancha, o córrego das Laranjeiras, que é uma das principais fontes de poluição do rio, estava sendo dragado. Isso pode ter ajudado a aparecer a mancha, que já havia acontecido antes, mas não com aquela tamanho”, argumenta.

Quem surfa no Barrote também questiona a informação de que a mancha não é esgoto. “Não tenho nenhuma análise técnica comigo, mas já entrei ali para pegar onda e afirmo: tem cocô e é fedorento. Tem surfista entrando lá e pegando infecção depois, ficando com diarréia, febre e problemas de pele. Se não é esgoto, é o que?” questiona o surfista e publicitário Rodrigo Rosa.

Gabriel Almeida

Jornalista do Tempo Novo há mais de oito anos, Gabriel Almeida escreve para diversas editorias do jornal. Além disso, assina duas importantes colunas: o Serra Empregos, destinado a divulgação de oportunidades; e o Pronto, Flagrei, que mostra o cotidiano da Serra através das lentes do morador.

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