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Complicando as combinações

Quando Paulo Hartung (PMDB) ascendeu ao governo do Estado, em 2002, começara ali uma nova metodologia para definir quem seriam os candidatos e, na medida do possível, os prefeitos eleitos nas principais cidades do Estado. O primeiro teste foi na eleição de 2004, seguindo nas de 2008 e 2012.

Em síntese, o método consistia em uma divisão das principais prefeituras entre os principais partidos. Pode-se dizer que nesse bolo estavam Vitória, Serra, Cariacica, Vila Velha, Colatina e Cachoeiro. Um exemplo de como isso funcionava: O PT apoiava o candidato do PDT na Serra e o PDT apoiava o candidato do PT em Vitória e assim sucessivamente, ficando o cargo de vice como moeda de negociação.

Na primeira eleição a desculpa para esse desenho era fechar as portas para o dito crime organizado, que havia sido desalojado do Palácio Anchieta e tinha que tomar as devidas precauções para que os seus membros não tomassem de assalto as prefeituras.

O modelo funcionou com um relativo sucesso. Os pontos fora da curva foram as eleições de Luciano Rezende (Vitória, 2012); Rodney Miranda e Max Filho em Vila Velha.

Agora a política no Estado dá sinais que vai desencabrestar, começa a sair do controle de poucos líderes e partidos. As candidaturas majoritárias não obedecerão mais à tão falada ‘geopolítica’. Tem mais partidos querendo as cadeiras de prefeito e tem novas lideranças também querendo o bastão do executivo municipal.

Isso torna mais difícil as negociações e as combinações de resultados. Como combinar em Vila Velha que tem mais seis potenciais pré-candidatos; como combinar em Vitória que tem quatro fortes pré-candidatos e outros também menores. Serra e Cariacica também não ficam atrás e as cidades regionais, cujos interesses resumiam a Colatina e Cachoeiro também aumentaram. Hoje pode colocar na mira das grandes siglas Linhares, São Mateus, Aracruz e até Guarapari.

Além da chegada de novas lideranças no cenário político e o crescimento de siglas como o PPS, PSB e o Rede que chega com força, as direções nacionais dos partidos estão dando novas diretrizes às direções estaduais: querem candidaturas próprias a prefeito nas cidades.

Os partidos de porte médio para cima não estão mais se contentando em serem meros figurantes e degraus para as grandes siglas.  O que é bom.

Alívio temporário para a Serra sede

 Moradores e comerciantes da Serra respiram aliviados com a garantia do presidente do Tribunal de Justiça do Espírito Santo, desembargador Sérgio Bizzotto, de que enquanto for presidente, a retirada do Fórum da Serra é um assunto sepultado.

Mas esse alívio pode ter curta duração considerando que o mandato de presidente de Bizzotto encerra-se em dezembro, quando um novo presidente será eleito e empossado. Nada impede que os magistrados lotados na Serra voltem a fazer pressão em cima do novo presidente para levar o Fórum para Jardim Limoeiro, em um prédio da construtora Lorenge, próximo a agência do INSS.

Esse ‘fantasma’ de retirada do Judiciário do centro persegue os moradores e comerciantes, que vira e mexe tem que se mobilizar para garantir o Fórum onde está, pois representa a sobrevivência econômica de muitos deles.

Os juízes quando fazem a opção de virem para a comarca da Serra tem pleno conhecimento do percurso e do trânsito a ser enfrentado, então não podem alegar que é muito longe, são cerca de 20 quilômetros dos bairros da zona norte de Vitória, onde deve morar a maior parte deles.

Do ponto de vista urbanístico, o Fórum está fora do eixo, mas do ponto de vista geográfico ele está no lugar certo. A cidade cresce e daqui a alguns anos ele estará também no centro da malha urbana da cidade.

Os moradores do centro devem dormir com um olho fechado e o outro aberto

Gabriel Almeida

Jornalista do Tempo Novo há mais de oito anos, Gabriel Almeida escreve para diversas editorias do jornal. Além disso, assina duas importantes colunas: o Serra Empregos, destinado a divulgação de oportunidades; e o Pronto, Flagrei, que mostra o cotidiano da Serra através das lentes do morador.

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