Com dois casos suspeitos em investigação no Espírito Santo de Hepatite Aguda de Etiologia Desconhecida (HAED), a Serra ainda não registra moradores infectados pela doença que acomete na maioria das vezes crianças e adolescentes menores de 17 anos.
De acordo com a Secretaria de Saúde da Serra não há registros de casos suspeitos da enfermidade no município.
No levantamento pela Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, divulgado no último dia 14, 47 casos da doença foram notificados no país. Desses, três foram descartados e os demais permanecem em monitoramento. As notificações aconteceram nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraná, Pernambuco, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, Espírito Santo, Goiás e Maranhão.
Esta semana, a Secretaria de Estado da Saúde do ES, enviou aos municípios capixabas uma nota técnica que orienta os serviços de saúde sobre as condutas frente ao surgimento de casos prováveis da doença.
A Nota Técnica, embasada nas orientações do Ministério da Saúde, serve para auxiliar os profissionais de saúde sobre aspectos técnicos da doença, como as definições de caso, o fluxo para a investigação laboratorial realizado pelo Laboratório Central de Saúde Pública do Espírito Santo (LACEN/ES) e o cuidado assistencial que deve, ser iniciado na Atenção Primária em Saúde (APS), além da definição do Hospital Estadual Nossa Senhora da Glória (HINSG), em Vitória, como referência aos casos graves.
Orientações à população
Técnico em Hepatites Virais, do Programa Estadual DST/Aids e Hepatites Virais, da Secretaria da Saúde, o médico infectologista Marcello Leal, destacou a importância de a população se atentar em especial à prevenção de quaisquer hepatites virais.
As hepatites A e E têm suas formas de transmissões por meio do contágio fecal-oral, desta forma manter a higienização pessoal e dos alimentos, em especial que são consumidos crus, são importantes como prevenção aos casos.
Para as hepatites B, C e D as formas de transmissão podem ocorrer das seguintes maneiras:
– Transmissão por contato com sangue, por meio de compartilhamento de seringas, agulhas, lâminas de barbear, alicates de unha e outros objetos que furam ou cortam;
– Transmissão por relações sexuais sem preservativo com uma pessoa infectada pelos vírus das Hepatites B e D;
– Transmissão vertical que pode ocorrer durante a gravidez e o parto. Em relação à amamentação, a transmissão pode ocorrer caso ocorram fissuras nos mamilos durante a amamentação, mas esta não é contraindicada se forem realizadas ações de prevenção de hepatite B tais como a profilaxia para o recém-nascido, por meio da vacinação;
– Transmissão por meio de transfusão de sangue ou hemoderivados, muito comum no passado é atualmente considerada rara.
“A vacinação é a principal prevenção à hepatite B, que também protege contra a hepatite D. Temos também a vacinação para a Hepatite A, indicada para crianças de 15 meses a 5 anos incompletos. Manter as coberturas vacinais adequadas, de acordo com a meta preconizada pelo Ministério da Saúde, é essencial para que tenhamos uma baixa circulação do vírus no território”, destacou Leal.
Quando procurar atendimento
Os pais e responsáveis devem ficar atentos aos sintomas como mal-estar, náusea, vômito, perda de apetite, coloração amarelada da pele e da parte branca dos olhos e coloração escura da urina e esbranquiçada das fezes.
“Crianças e adolescentes com enjoo, vômito e coloração amarelada da pele, devem ser encaminhadas ao serviço de saúde mais próximo, como as unidades básicas para acompanhamento. As amostras serão coletadas e encaminhadas ao Laboratório Central do Estado para investigação”, explicou.
O médico reforçou também que para os sinais de alerta como dor abdominal severa e distensão abdominal, redução do volume de urina, sangramento e sonolência, que podem ser sinais de hepatite fulminante, para estes casos, a orientação é procurar serviço especializado, como Pronto Atendimentos.