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Colapso ambiental capixaba

Bruno Lyra

Mais uma semana do Meio Ambiente chegando. E mais uma vez, o serrano e os demais capixabas vão acompanhar notícias de solenidades, palestras, oficinas de biscuit e reciclagem realizadas por Governos, Prefeituras e grandes empresas – notadamente, as que têm os maiores passivos ambientais.

Apesar do já tradicional marketing do verde, não há o que se comemorar. E sim, com o que se preocupar. O Estado vive a pior crise ambiental da história. A poluição do ar, notadamente a do pó preto e gases siderúrgicos – que tanto castigam a Grande Vitória permanece. A precariedade do saneamento, idem. Nada mais emblemático do que as imagens do esgoto pintando de preto o mar na abastada Praia do Canto, lugar de boa parte dos donos do poder político e econômico local.

Na Serra, o estado lamentável das lagoas. A maior delas, a Juara, perdeu até sua produção de tilápias para o esgoto e agora o sal, que veio com a dragagem do rio Jacaraípe. Os córregos urbanos viraram valões: Dr. Róbson, Cavada, Laranjeiras, Irema, Laripe, Capuba, São Diogo e Escravos. As matas que restam entre os bairros são alvo de invasões e lixões clandestinos. Turfa virou sinônimo de caos respiratório com a fumaça dos incêndios.

As reservas ambientais da Serra seguem com gestão precária. No do Mestre Álvaro gastou-se mais de R$ 1 milhão com um prédio que nem no monte fica. Lá, caça, desmatamento e até invasões são ameaças. Na reserva do Vilante tem mineração e invasões que sobem com a explosão populacional nos bairros do entorno.

Na reserva de Praia Mole, conter invasão é igual a enxugar gelo. A reserva de Bicanga, única de proteção integral da cidade, sofre pressão imobiliária para ser desfeita e ainda tem seus córregos poluídos. Na Jacuném, lindo mirante para uma lagoa repleto de coliformes fecais e esgoto industrial.   

Penando com a pior seca da história, o ES ainda teve aumento de 1500% no desmatamento da mata Atlântica. E perdeu o rio Doce para os rejeitos de minério da Samarco (Vale e BHP), que também se espalham e se espalharão por não se sabe quanto tempo pela costa capixaba. A Fíbria segue difundindo seus eucaliptais pelas montanhas, caixas d’águas naturais do ES.

É preciso que o Governo, prefeituras e grandes empresas ajam para além do discurso. O mesmo vale para cada pessoa que mora nessa terra. Ou perderemos as conquistas que a civilização nos trouxe.    

Gabriel Almeida

Jornalista do Tempo Novo há mais de oito anos, Gabriel Almeida escreve para diversas editorias do jornal. Além disso, assina duas importantes colunas: o Serra Empregos, destinado a divulgação de oportunidades; e o Pronto, Flagrei, que mostra o cotidiano da Serra através das lentes do morador.

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