Eci Scardini
Na política local, muito se fala na vinda do deputado federal Amaro Neto (PRB) para disputar a Prefeitura da Serra na eleição no ano que vem. A expectativa aumenta no meio político, uma vez que o deputado teria dito a alguns agentes políticos que, até meadosde agosto, daria a resposta se vem ou não.
Nos bastidores, o que se ouve dizer para justificar a vinda de Amaro para disputar a eleição de prefeito seria ganhar visibilidade administrativa para uma possível disputa de governador em eleição futura. A escolha pela Serra seria pelo fato de que na cidade a maioria do eleitorado é de classe social inferior ao de Vitória, atual reduto eleitoral do deputado.
Direito de transferir o seu título para cá e ser candidato a prefeito, Amaro Neto tem. Mas o povo da Serra, ou mesmo parte dele, tem o direito de achar isso ridículo, tanto para a cidade quanto para a classe política. Nada, a não ser ointeresse pessoal justifica uma candidatura de Amaro Neto a prefeito do município.
A cidade não vive um caos para precisar de um salvador da pátria e, se fosse o caso, provavelmente esse salvador não seria Amaro; ele não tem nenhuma referência em administração e gestão pública, apenas como apresentador de telejornal de cunho policial.
O que causa estranheza é que as lideranças locais assistem a essa movimentação, aparentemente, de forma apática, com medo de reagir, e alguns até concordando e dando asas a isso. Sérgio Vidigal (PDT), Vandinho Leite (PSDB), Bruno Lamas (PSB), Xambinho (Rede) e Audifax (Rede) assistem a tudo sem sequer levantar a voz para um questionamento.
Já pensou, o povo da Serra dando um cheque em branco de oito bilhões de reais (que é a soma do orçamento municipal nos quatro anos de mandato) para um desconhecido, que traz consigo mais duas dezenas de estrangeiros para serem secretários, mandando e desmandando na cidade, só pelo fato de ganhar notoriedade para, depois, ver se consegue se eleger governador? E pior, fugindo de Vitória, porque lá o eleitor é mais esclarecido e mais difícil de ser manipulado.