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Cenários para eleição de 2024 na Serra

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eleição de 2024
Foto: Divulgação

Neste sábado (02), deve ocorrer o último grande ato político-partidário de 2023 na Serra: a filiação do ex-prefeito Audifax Barcelos ao Partido Progressista (PP), marcando oficialmente sua entrada na pré-eleição de 2024. Na semana passada, outro líder político, o deputado estadual Pablo Muribeca, se filiou ao partido Republicanos, evento que também lançou sua pré-candidatura a Prefeitura da Serra.

Ao final deste mês, o município terá três pessoas na corrida pela prefeitura da Serra: Pablo, Audifax e o atual prefeito Sergio Vidigal, que é candidatíssimo à reeleição desde o primeiro dia de seu mandato. Há outros partidos em movimento, como o PL, PSDB, PT, entre outros; porém, em termos de nomes confirmados e inseridos na pré-eleição, a Serra conta apenas com os três mencionados.

Nesse contexto, é possível especular alguns desdobramentos pré-eleitorais. Independentemente da presença de mais candidatos ou não, o pleito de 2024 deve ter como cenário a disputa entre duas correntes. A primeira simboliza o modelo que governa a Serra desde 1997, no qual Audifax e Vidigal se alternam no poder, utilizando narrativas como a ‘experiência’ e os investimentos e avanços experimentados nos últimos anos. A segunda corrente será representada por aqueles que se posicionam como ‘novidade’, empregando termos como ‘renovação’. Ou seja, a disputa girará em torno dos mantras do ‘novo’ e da ‘experiência’, atraindo diferentes tipos de eleitorados. Obviamente, a situação não é tão simples, já que podem ocorrer combinações variadas dependendo do contexto e de um possível segundo turno.

Deixando as narrativas de lado e considerando os três nomes já colocados, surgem alguns cenários especulativos. É evidente que Pablo Muribeca desgasta Vidigal; porém, há dúvidas se ele é realmente o principal adversário de urna do atual prefeito, ou se Audifax continua sendo. Em teoria, Vidigal é o candidato a ser superado por três razões: 1 – é o prefeito mais longevo da história da Serra; 2 – ocupa o cargo atualmente, o que lhe confere maior capacidade de ação eleitoral; 3 – é aliado do governador Renato Casagrande, o que lhe abre diversas possibilidades graças a essa aliança.

Se Vidigal é o candidato a ser batido, em tese, resta uma vaga de segundo turno, considerado que haja alta probabilidade de que ocorra. Pablo e Audifax não são adversários declarados, o que não faz deles necessariamente aliados, embora dialoguem. A estratégia de ambos parece ser enfraquecer Vidigal ao máximo e, na hora certa, direcionarem seus esforços um contra o outro em busca da vaga restante para o segundo turno. Interlocutores de Audifax preveem um ato de filiação explosivo, o que significa ataques e narrativas contra Vidigal, mas provavelmente nada tão midiático quanto as ações de Pablo, como por exemplo, a recente ‘operação’ no Sine da Serra.

Podemos formular algumas hipóteses com base na premissa de que é difícil conceber um cenário em que Vidigal não avance para um segundo turno, considerando as razões já mencionadas. Pablo, utilizando essa tendência midiática digital, pode conseguir protagonizar uma polarização local com Vidigal, e se passar como uma antítese ao prefeito, aliado ao discurso do novo e da renovação. Combinando isso a uma campanha bem-estruturada e à militância ativa nas ruas e na web, ele poderia isolar Audifax, excluindo-o do segundo turno.

O inverso também é bastante possível; essa mesma tendência de exageros midiáticos de Pablo aliada ao fenótipo extravagante do chapéu, pode produzir um sentimento de desconfiança e baixa adesão em um eleitorado reconhecido por ser conservador quanto a escolha de prefeito. Se Pablo não conseguir passar uma imagem de político do povo, porém sério o suficiente para responder pela Prefeitura da Serra, pode revitalizar a imagem de Audifax, alguém já experimentado e reconhecido por gestões públicas consideradas eficientes; além, evidentemente de se somar ao fato do próprio Audifax ter uma força própria e pessoal.

Na eleição para governador de 2022, Audifax ficou em terceiro lugar na Serra, conquistando 50 mil votos. É importante notar que esses votos são atribuídos à figura de Audifax e não estão vinculados ao ex-presidente Jair Bolsonaro, com quem Manato se aliou para alcançar o segundo lugar, nem ao governador eleito, Renato Casagrande, que venceu na Serra. Não há razões para duvidar que Audifax já inicie a campanha eleitoral com esses mesmos 50 mil votos de eleitores leais a ele.

Filiado ao PP, um partido grande e expressivo tanto nacional quanto localmente, que deve concentrar recursos na eleição da Serra, o ex-prefeito Audifax Barcelos retorna com força ao cenário eleitoral do município, onde tem se mantido ativo desde 2004. Com isso, a disputa pode retomar as mesmas narrativas e focos de há 20 anos, o que potencialmente fortalece a campanha nas ruas e nos bastidores. O ‘novo’ se tornaria um elemento secundário, a menos que Pablo se estabeleça como uma terceira via viável.

Mesmo em um hipotético segundo turno, o cenário permanece indefinido. As alianças e interesses políticos podem criar situações que, embora improváveis, são perfeitamente possíveis. Considerando a hipótese de Vidigal avançar para o segundo turno, como sugerido anteriormente: em uma disputa entre Vidigal e Pablo, se Audifax apoiasse Pablo, ele estaria indo contra seu maior adversário, mas também contra um modelo que o elegeu três vezes. O eleitorado serrano não comprou totalmente a rivalidade entre Audifax e Vidigal, frequentemente vendo-os como partes de um mesmo ciclo de desenvolvimento para Serra. Será que Audifax e Vidigal poderiam se unir em um projeto eleitoral comum? Se for uma questão de sobrevivência política, certamente é uma possibilidade.

Outro aspecto a considerar: se o segundo turno fosse entre Audifax e Vidigal, Vidigal teria apenas mais quatro anos de mandato sem possibilidade de reeleição, abrindo caminho para um novo prefeito em 2028. Já se Audifax vencesse, ele poderia ficar no poder por até oito anos (eleição mais reeleição), o que atrasaria significativamente a trajetória política de Muribeca, já que ele estaria beirando os 40 anos de idade e 10 anos de carreira política. Conseguiria ele manter sua popularidade até lá? Exemplos no Brasil mostram o caráter efêmero dos fenômenos midiáticos digitais, como foi o caso de João Doria, inicialmente eleito como um dos prefeitos mais populares do Brasil e que perdeu relevância em poucos anos.

Este é um jogo de xadrez complexo entre os três personagens. Para ultrapassar essa barreira analítica, seria necessária uma pesquisa qualitativa abrangente para medir o nível de saturação do eleitorado serrano com o modelo de revezamento entre Vidigal e Audifax e a percepção sobre Muribeca, avaliando se ele é visto como uma terceira via genuína de renovação ou se seu comportamento político não corresponde ao esperado para um prefeito da cidade com o maior PIB e população do Espírito Santo. Outros fatores, como a nacionalização do voto em termos da polarização esquerda versus direita, também devem ser considerados.

De qualquer forma, a eleição de 2024 não deve ficar única e exclusivamente nos três, Vidigal Audifax e Pablo, porém até o momento foram eles que se apresentaram. O PSDB é um peça-chave nesse jogo especialmente pela incerteza em relação ao futuro do deputado estadual Vandinho Leite, que pode se tornar candidato ou agregar significativamente à estrutura de campanha de outro concorrente. Vale lembrar que o PSDB também tem uma ótima relação com o Governo do Estado, mesmo que recentemente o vice-governador tenha deixado a sigla e migrado para o MDB. Os tucanos podem se revelar uma das agremiações definidoras para a eleição e aparenta estar bastante confortável para tomar uma decisão no momento mais oportuno.

Também não se pode ignorar o PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, que visitou a Serra há duas semanas. Apesar de o PL estar ativo e ter nomes em potencial para a disputa, a falta de uma definição formal pode resultar em perda de tempo e de conexão com o eleitorado, uma situação similar à vivenciada pelo PT. Com o retorno de Lula à presidência, o PT ganhou novo ímpeto e, na Serra, recentemente adicionou a vereadora Elcimara Loureiro aos seus quadros, demonstrando um esforço de organização.

Além disso, é importante considerar o papel do PSB, historicamente relevante na Serra, e do deputado Alexandre Xambinho, uma liderança local. Ambos aparentam estar alinhados com o prefeito Sergio Vidigal, mas que é necessário aguardar um pouco mais. O ano de 2023, parece terminar assim, com três candidatos viáveis para a eleição em um cenário ainda conturbado e pouco definido.

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