Uma briga judicial entre o DER-ES– Departamento de Edificações e de Rodovias do Estado do Espírito Santo e a Madeireira Santa Clara está impedindo a finalização de um trecho da obra na rodovia ES-010, no bairro de São Francisco, na Serra.
O Tempo Novo foi procurado por motoristas e moradores que utilizam a rodovia diariamente e que reclamam da falta de asfaltamento na passagem localizada exatamente em frente a madeireira citada acima.
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Além disso, um morador que não quis se identificar indicou que a paralisação da obra vem ocasionando transtornos e proporcionando perigo a população da região.
“Precisamos de uma solução pra este trecho da reforma da ES-010, em Jacaraípe. A obra já está paralisada há mais de 15 dias e esse trecho em particular fica em frente a uma Madeireira. É o único da região sem recapeamento e se torna cada vez mais difícil passar por lá, parece um rally dos sertões”, disse o morador.
“Há fluxo de caminhões pesados e ônibus, o que degrada a pista e gera buracos. Além disso, antes havia asfalto nesse trecho. No entanto, retiraram e expuseram as comunidades locais e vizinhas a essa condição,” acrescentou.
Dessa forma, o Tempo Novo procurou o DER-ES, responsável pela obra na região, que em nota alegou que a madeireira está impedindo, por meio de liminar judicial, o andamento do asfaltamento.
“O Departamento de Edificações e de Rodovias do Espírito Santo (DER-ES) informa que o trecho sem pavimentação na rodovia ES-010, trecho Avenida Abido Saadi, parou por força de liminar judicial, impetrada pela Madeireira, que não quer que o projeto deixe liberado o acesso aos portões da empresa. Atualmente, está em andamento um acordo para a desapropriação do local” disse o DER-ES.
Vale lembrar que a Avenida Abdo Saad/Rodovia ES 010, está passando por revitalização, iniciada em maio de 2021.A obra está sendo realizada pelo Governo do Estado, através do Departamento de Estrada e Rodagens (DER).
As intervenções contemplam restauração do pavimento, reforma de ponte, além de duplicação de um trecho da via e são reivindicações antigas de moradores e comerciantes do balneário. O investimento inicial previsto era de R$ 37,9 milhões para as obras. A empresa Cinco Estrelas terá dois anos para concluir os serviços, por meio do Regime Diferenciado de Contratação (RDC), que impede aditivos (de valor ou de prazo) na execução da obra, ou seja, precisa cumprir os valores firmados e o prazo dado inicialmente.
O que diz a madeireira
Em contrapartida, a Madeireira Santa Clara, que também conversou com o Tempo Novo, indicou que a ação judicial só ocorreu por conta de um erro do projeto do DER-ES, que impede o acesso das carretas no local da empresa.
“Avisamos ao DER-ES desde o início das obras sobre dois erros, e um que inclusive viria a impedir o fluxo de caminhões e carretas no nosso local de trabalho. Negociamos a abertura do canteiro central mais o DER-ES não aceitou, apesar de apresentarmos todo um novo projeto. Se dependesse do projeto deles, nós, com 32 anos de estabelecimento, iriamos ficar sem acesso para recebimentos de mercadorias”, disse Danilo Dornellas, da Madeireira Santa Clara.