Yuri Scardini
O que esperar do Governo do presidente eleito Jair Bolsonaro para o ES? Esta é uma pergunta que não pode ser respondida no momento e estará condicionado a diversos contextos, entre eles um resultado econômico favorável.
Por algumas razões, entre elas menor expressão política e de representação, o ES é um estado que vem nos últimos anos sofrendo falta de investimentos e perdas econômicas acarretadas por políticas dos Governos Federais.
Só para citar algumas, a Lei Kandir aprovada em 1996 que acarretou perdas de arrecadação para o ES na ordem de R$ 30 bilhões nos últimos 20 anos, e nunca houve uma compensação por parte do Governo Federal.
Nesta conta também dá para incluir o fim do Fundap em 2013, sem nenhuma política de compensação da União. O que acarretou uma perda estimada de 50 mil postos de trabalho e uma queda bilionária de 7% do PIB do Estado. E em 2016 a Operação Lava Jato apontou que o fim do Fundap teria sido comprado pela Odebrecht para favorecer a empresa.
Nessa lista, incluí as BR-101 e 262 que seguem sem duplicação; a ferrovia da Vale que iria ligar todo o sul do Estado, e agora o Governo que levar o investimento para o Centro Oeste; o aeroporto que demorou 15 anos para ficar pronto; e um contorno do Mestre Álvaro que patina; entre outros.
Outra preocupação é com os discursos anti-China de Bolsonaro. O país asiático é o terceiro maior destino de exportações capixabas. Uma pesquisa do Ministério do Comercio Exterior identificou que o ES exportou um total de R$ 8 bilhões em 2017, sendo R$ 2,7 bi para o EUA e R$ 400 milhões para a China. Acontece que o Estado enxerga a China como um parceiro promissor, só em 2017 foram 10 missões empresariais para a China. Nos últimos três anos a exportações para o EUA vêm caindo e a China vem crescendo.
Todas essas são expectativas de como Bolsonaro vai olhar para o ES. Mas entre os sinais positivos está a proximidade de dois capixabas com Bolsonaro. O que pode acarretar mais atenção do presidente com o Estado. Trata-se de Magno Malta (PR) e Carlos Manato (PSL).
Talvez o ES nunca tivesse lideranças políticas capixabas tão próximas do ciclo de confiança de um presidente, e como a política brasileira é personalista e de grupos, esse fato pode ser uma boa via para o Estado.