Esporte

Bióloga da Serra descobre nova paixão, vira campeã de jiu-jitsu e ajuda mulheres com depressão

Fabiana é moradora de José de Anchieta. Foto: Divulgação

Nunca é tarde para dar uma virada na vida e descobrir novas aptidões e habilidades em um mundo repleto de alternativas. E é exatamente isso que aconteceu com Fabiana de Andrade Anechini, moradora da Serra, que aos 45 anos encontrou, no jiu-jitsu, um dom que a fez mudar de vida e também transformar a de outras mulheres que passam por problema de depressão.

Bióloga formada e especialista em Análises Clínicas, a moradora de José de Anchieta, largou a área, e passou a se dedicar à profissão de educadora física (em formação), em seu centro de treinamento de artes marciais no mesmo bairro onde mora.

Praticante do esporte desde 2019, Fabiana descobriu o jiu-jitsu através de seus filhos e marido, começou a treinar e desde então sagrou-se campeã em todos os campeonatos que participou.

Para alcançar os resultados, Fabiana treina muito e divide seu tempo com os cuidados com a família e a igreja, da qual é pastora, além de abrir o coração para ajudar mulheres que sofrem com depressão por meio de um projeto social.

A atleta é casada há 19 anos com Wolnei Barone, mãe de três filhos, uma menina de 18 anos e dois meninos, de 15 e 13 anos. “Divido o tempo com a igreja da qual sou pastora que é a Restart comunidade cristã. Fora estas funções, sou também instrutora de jiu-jitsu para crianças e instrutora de MMA Fitnees no projeto Mova-se para mulheres com depressão e atleta”.

Para o Tempo Novo, Fabiana contou que relutou em entrar para o esporte, mas que se rendeu depois de conhecer. “Comecei com uma célula de 10 minutos no tatame com meus filhos e marido. No entanto, eu sempre relutei em fazer esse tipo de atividade, pois sempre que os via treinando, me dava um incômodo. Nunca gostei de “agarramento” e só de pensar alguém me prendendo, me atacava uma fobia, e para solidificar a minha decisão, eu tinha uma sequela de uma inflamação aguda no osso sacral que reduziu muitíssimo a mobilidade de quadril e abertura de perna. Para mim era motivo suficiente para me deixar de fora. Mas, quase um ano depois, e ainda bem relutante decidi entrar e fazer uma aula experimental”.

Fabiana frisou que achava que esse tipo de luta ia despertar o “pior” dela, mas aconteceu exatamente o contrário. “Ao entrar, vi que a visão de quem está do lado de fora é muito equivocada e acabei me rendendo a “arte suave” chamada jiu-jitsu. Iniciei em março de 2019 logo após completar 42 anos”.

De para cá, Fabiana faturou em 2019, o Campeonato Brasileiro – Gi (com Kimono); 2020, Campeonato SUL-AMERICANO – GI (com kimono); em 2021, Campeonato PAN-AMERICANO – Gi (com kimono) e Campeonato PAN-AMERICANO – No-Gi (sem kimono) e em 2022, Campeonato  WOLD CUP – GI ( com.kimono) e Campeonato  WOLD CUP – No-Gi (sem kimono). “Em todos fui campeã, seis vitórias e nenhuma derrota. Todos estes Campeonatos foram realizados no Tancredão, em Vitória, pela X Combat”.

Seu próximo desafio será neste final de semana, pela X-Combat, em Vitória, no Tancredão. “Sempre vou para os campeonatos com mentalidades de fazer o meu melhor e fazendo o meu melhor eu sou sempre campeã, independente do resultado, pois a experiência também nos torna vencedores, não somente o placar”, disse a atleta.

Do Brasileiro participarão também outros atletas da Serra. “Existem muitos outros atletas da Serra inscritos neste evento, é um campeonato aberto, vem pessoas de todo estado e as vezes até de outros”.

Rotina de treinos e falta de incentivo

Atleta serrana faz a maior parte de seus treinos o seu CT Barone Anechini, quatro vezes na semana. “Uma vez por semana vou ao CT do meu mestre fazer um treino com a turma de lá. Isso faz com que meu mestre me avalie e veja como estou indo. Treino todos os dias no tatame, faço musculação para aumentar a força, bike para resistência, taekwondo para flexibilidade”.

Como todo atleta brasileiro, Fabiana também enfrenta a falta de incentivo no esporte e se vira como pode para participar das competições. “Infelizmente quase não se tem apoio ou incentivo para estas participações. Ainda assim, sempre conto com alguns amigos que acreditam no esporte e ajudam. Mas essa falta de apoiadores dificulta bastante a participação em mais torneios tanto no estado quanto fora dele”.

Quem quiser patrocinar a atleta ou seu projeto social pode entrar em contato pelo telefone 27 99737-9112.

Ana Paula Bonelli

Moradora da Serra, Ana Paula Bonelli é repórter do Tempo Novo há 25 anos. Atualmente, a jornalista escreve para diversas editorias do portal.

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