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ArcelorMittal religa outro alto-forno em Tubarão, mas produção segue reduzida

Placa de aço no laminador de tiras a quente na ArcelorMittal Tubarão, na Serra: meso com todos os fornos ligados, produção da empresa seguirá reduzida Foto: Arquivo TN/ Bruno Lyra

Mais um forno da ArcelorMittal Tubarão será religado. A informação foi divulgada pela empresa na manhã desta terça – feira (03). O equipamento, o terceiro alto forno, voltará a operar em outubro. Ele havia sido desligado em maio por conta da redução da demanda por aço em função da crise provocada pela pandemia da covid-19.

De acordo com a assessoria de imprensa da ArcelorMittal, mesmo com o retorno do alto forno 3 previsto para a segunda semana de outubro, a empresa não deve produzir no limite da capacidade nominal de 7,5 milhões de toneladas/ano. A produção seguirá menor, mas a siderúrgica não informou o quanto.

O Alto Forno 2 também havia sido desligado, mas em junho do ano passado. O equipamento voltou a produzir no final de julho. Apenas o Alto Forno 1, o mais antigo, seguiu operando ininterruptamente.

Em nota, a ArcelorMittal afirma que a retomada da produção nos dois equipamentos foi decidida diante da aparente tendência de recuperação pela qual o setor vem passando. Mas ressalta que ainda é cedo para avaliar os próximos cenários,  incluindo se haverá retomada e se ela será sustentável.  Por esta razão, empresa quer estar preparada para uma maior e mais rápida flexibilização operacional, caso o mercado continue respondendo de forma positiva.

Medidas contra a covid-19 e gigantismo da empresa 

A ArcelorMittal Tubarão diz ainda que o religamento do Alto-Forno 3 seguirá orientações e protocolos recomendados pelas autoridades sanitárias para conter a disseminação do novo coronavírus. Por fim, a empresa ressalta que mantém trabalho remoto para o setor administrativo, distribuição e obrigatoriedade do uso de máscara no transporte dos funcionários além de atendimento psicossocial extensivo a seus familiares.

A ArcelorMittal Tubarão é a maior indústria instalada na Serra e faz parte, ao lado da Vale e outras empresas de menor porte que operam no complexo industrial na divisa com Vitória, de um dos maiores parques siderúrgicos do planeta.

Antiga CST, a planta de Tubarão da ArcelorMittal é um dos pilares da economia não só da cidade como do Espírito Santo. Tanto que segundo estudo da Ufes encomendado pela própria Arcelor, as atividades da siderúrgica geraram 12,6% do PIB capixaba em 2016.

No mesmo ano, a empresa tinha mais de 5,3 mil funcionários próprios, fora os terceirizados. O estudo aponta ainda que, em média, entre 2004 e 2016, a ArcelorMittal Tubarão recolheu anualmente para o município de Vitória R$ 4,5 milhões e R$ 3 milhões para a Serra  entre ISS e IPTU. Para o Estado, no período em tela, foram recolhidos R$ 204 milhões/ano em média.

Além da pandemia, setor sofre com rompimento

 de barragem da Vale e cotas dos Estados Unidos

Antes mesmo da pandemia, a siderurgia no Complexo Industrial de Tubarão já vinha enfrentando dificuldades. Uma delas foi o rompimento da barragem de rejeitos da extração de minério de ferro da Vale em Brumadinho – MG, ocorrido em janeiro de 2019.

Além de matar  mais de 250 pessoas e provocar imensa destruição ambiental na bacia do Rio São Francisco, o rompimento da barragem da Vale em Brumadinho também reduziu a oferta de minério de ferro no Complexo de Tubarão. Foto: Divulgação/Agência Brasil

Embora o minério daquela lavra não seja fornecido pela Vale à ArcelorMittal em Tubarão, outras lavras que forneciam minério para a fabricação do aço em Tubarão tiveram a produção interrompida. Tudo por conta da revisão do protocolos de segurança da barragem de rejeitos das respectivas lavras.

E outro impacto sentido pela ArcelorMittal Tubarão foi a adoção da política de restrição ao aço brasileiro imposta pelo presidente norte americano Donald Trump no final de 2019. Os EUA, que é um dos principais destinos das exportações feitas pela unidade de Tubarão, na prática determinou cotas máximas para importação de aço brasileiro. Em outubro o governo norte americano reduziu a cota, prejudicando ainda mais a produção do Brasil.

 

Redação Jornal Tempo Novo

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