Quase quatro anos após o rompimento da barragem da Samarco (Vale +BHP) em Mariana (MG), o governador Renato Casagrande (PSB) cobrou mais ações de reparação e compensações ao Espírito Santo, atingido pela lama que devastou o rio Doce e contaminou o oceano Atlântico. Ele também defendeu o retorno das atividades da Samarco, paralisadas desde o desastre /crime ambiental da barragem de Fundão, em novembro de 2015.
A cobrança aconteceu durante visita do chefe do executivo capixaba a Minas na última terça-feira (6), quando se reuniu com o governador mineiro Romeu Zema (Novo) e representantes da Fundação Renova, entidade criada pela Samarco para gerir indenizações e reparações dos estragos causados pelo maior desastre da história da mineração no planeta. Casagrande também se encontrou com diretores da Samarco.
Segundo a assessoria de imprensa de Casagrande, o capixaba cobrou ações mais efetivas para a população ao longo da bacia do Rio Doce e defendeu o retorno das atividades da mineradora para a retomada da atividade econômica no ES, que além da crise nacional, teve sua economia profundamente afetada para paralisação das usinas de pelotização da Samarco em Anchieta e a interrupção da exportação do minério pelo porto de Ubu, desde então ocioso.
Entre 2015 e 2016, o PIB do Espírito Santo recuou 12,3%, segundo o IBGE. Em revisão posterior, o Instituto Jones Santos Neves apontou recuo real mais modesto, 5,3%. Ainda assim, é um tombo do qual a economia capixaba ainda não se recuperou. E esse impacto da paralisação da Samarco que chegou à Serra. Prestadoras de serviço e fornecedoras da mineradora instaladas no Serra perderam R$ 300 milhões em negócios anuais segundo estimativa da Federação das Indústrias do Estado do Espírito Santo (Findes).
Na reunião com a diretoria da Samarco, o governador capixaba ressaltou a necessidade do retorno das atividades da empresa. “A atividade econômica do Brasil é frágil; a Samarco é uma empresa importante para os dois estados e queremos o retorno das atividades rapidamente. Não queremos que os acionistas deixem de ter responsabilidade pelo desastre, mas a atividade econômica da empresa é importante que seja reativada. Achamos que está demorando muito para retomar”, disse.
Cobrança por reflorestamento e mais saneamento no Doce
Já na reunião com a Fundação Renova, ocorrida pela manhã, Casagrande demonstrou preocupação com a lentidão das ações de reparação para os capixabas diretamente atingidos pela lama de rejeitos de minério e pediu mais agilidade.
“A Fundação disse que a governança do próprio órgão, com os conselhos técnicos, acaba atrasando. A reunião de hoje teve membros dos dois governos, do Ministério Público e vamos ao presidente do Ibama na semana que vem, pois ele é presidente do comitê interfederativo. Queremos que o dinheiro seja aplicado mais rapidamente e deixe um caminho de desenvolvimento”, pontuou.
O governador capixaba fez coro ao colega mineiro e cobrou, também, obras de saneamento, água e esgoto, investimento na cobertura florestal e outras medidas que possam levar um desenvolvimento econômico e servir como compensação aos municípios da bacia do rio Doce por tanto estrago gerado pela lama, cujos efeitos ambientais, sociais e econômicos permanecem até hoje.
Além do governador Romeu Zema, também participou das reuniões o prefeito de Mariana (MG), Duarte Eustáquio Gonçalves Júnior, representando os municípios da região atingida pelo desastre.
Os moradores de um condomínio em Balneário de Carapebus, na Serra, estão cada vez mais preocupados com frequentes invasões de…
O Governo do Estado anunciou, através da Fundação Estadual de Inovação em Saúde – iNOVA Capixaba, a abertura de um…
Um casal de ouriços-cacheiros foi resgatado pela equipe da Fiscalização Ambiental na manhã desta segunda-feira (29). Os roedores, conhecidos por…
A Estação Conhecimento Serra, que funciona em Cidade Continental, realiza nesta terça (30), às 15h, a inauguração de dois novos…
Há alguns anos, os Censos Imobiliários confeccionados e publicados pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado do Espírito…