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Análise TN | Vidigal quer se repaginar para voltar a ser prefeito

Ex-prefeito e deputado federal Sérgio Vidigal. Foto: Gabriel Almeida

Um Vidigal com imagem repaginada. Esse é o movimento do deputado federal Sérgio Vidigal (PDT), que parece ir por caminhos opostos visando o mesmo fim: voltar a ser prefeito. Enquanto critica ações do presidente Jair Bolsonaro (PSL), ele acena para evangélicos (público cativo na Serra), recicla sua imagem junto à juventude, além de apostar numa versão “Vidigal família” para contemporizar o desgaste gerado pela esposa junto ao eleitorado. 

Mesmo tendo votado pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, em 2016, Vidigal tenta se reposicionar no campo da esquerda, assumindo uma postura muito crítica contra a Reforma da Previdência de Bolsonaro, a qual é notoriamente impopular nas classes sociais mais baixas, predominantes na Serra. Em um duro pronunciamento na CCJ no final de abril, Vidigal disse que vai votar contra a Reforma e defendeu a inconstitucionalidade do projeto, que, segundo ele, causaria prejuízos à parcela mais pobre da população.

“Já está comprovado que se for aprovada da forma proposta, quem vai pagar a conta da PEC da Previdência é o trabalhador que recebe até dois salários mínimos. E, ao contrário do que dizem, essa proposta não vai combater privilégios”, afirmou Vidigal.

Outra crítica recente foi devido à extinção de vários conselhos sociais decretadas pelo presidente, no que Vidigal classificou como “retrocesso”.

“Vejo com tristeza e indignação essa atitude (extinção de conselhos), demonstra a nítida ausência de compromisso com as políticas públicas voltadas às pessoas com deficiência (um dos conselhos extintos), ocasionando violação aos direitos sociais desta parcela tão expressiva da população brasileira”.

Em entrevista ao Tempo Novo em março deste ano, Vidigal já tinha dado sinais de que poderia ser uma força de oposição a Bolsonaro: “Não me lembro de um início com tantos problemas internos”, disse.

Mas, ao mesmo tempo em que aponta críticas ao presidente da República, o deputado precisa se manter firme nas relações com o público evangélico, que em nível nacional apresenta distanciamento com o campo progressista, do qual Vidigal faz parte por meio do PDT.

Um projeto de autoria do parlamentar prevê aumento de penas para o crime de desrespeito às crenças religiosas. Na defesa da proposta, o deputado chegou a citar o episódio ocorrido durante o carnaval de 2019, quando a apresentação de uma escola de samba mostrou uma simulação da luta entre Satanás e Jesus Cristo, que foi alvo de muita polêmica na época. “Não podemos confundir liberdade de expressão, de manifestação artística, com ofensa a uma crença”, disse Vidigal.

Outro flanco de Vidigal está voltado ao público jovem. O deputado é quase um bastião da tendência de energia renovável, especialmente a solar, que encontra ressonância entre os jovens acadêmicos. Vale lembrar que ele é presidente da Frente Parlamentar Mista de Incentivo à Geração de Energia Renovável. Em março, ele inaugurou uma usina solar no IFES da Serra construída com seus recursos de emendas. Em discurso para um auditório lotado de jovens, ele disse: “Apesar do enorme potencial do Brasil para a energia solar fotovoltaica, atualmente esta tecnologia é responsável por menos de 1% da geração nacional de energia elétrica”.

Nas redes sociais, Vidigal tem demonstrado seu lado “mais família”. São recorrentes as publicações sobre seus entes familiares, como filhos e netos; além disso, o ex-prefeito se utilizou maciçamente (assim como vários outros políticos) da onda Jeremias Reis, que venceu o The Voice Kids, da Rede Globo. Vidigal chegou a publicar uma foto chorando ao lado da imagem do menino. Para pessoas próximas, evidenciar esse lado família é uma estratégia para tentar contornar as dificuldades encontradas na rua no que tange à imagem desgastada de sua esposa, a ex-deputada Sueli Vidigal (PDT).

E vazou nos bastidores políticos uma pesquisa de consumo interno de um partido com finalidade de medir as intenções de voto para prefeito da Serra. Vidigal aparece como amplo favorito com cerca de 40%, mas também é o que tem a maior rejeição com aproximadamente 25%. Além disso, ele é apresentando como um candidato com fartos casos de pendências judiciais que poderia potencializar o desgaste de seu nome na eleição.

Em março, ao Tempo Novo, o ex-prefeito disse que se a eleição fosse hoje ele não seria candidato, uma vez que não representa o “novo” na política. Será que com uma imagem repaginada, Vidigal pode se apresentar como o novo? Se a resposta for sim, então, ele certamente pode ser candidato.

Redação Jornal Tempo Novo

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