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Água em crise com chuva e seca | Leia o editorial do Tempo Novo

A crise da água é uma realidade em cada vez mais lugares do planeta. Na Serra, não é diferente. Atualmente, a cidade é abastecida por dois rios, o Santa Maria e o Reis Magos.

O Santa Maria, responsável por atender mais de 350 mil moradores da cidade, além da zona norte de Vitória, Praia Grande em Fundão e parte de Cariacica, há problemas na seca e nas cheias. Quando falta a chuva, a vazão fica tão baixa que chegou a ser insuficiente para atender até o rodízio imposto durante a superseca entre 2014 e 2016.

Quando chove, o drama é o excesso de barro na água, resultado da degradação ambiental. Nessa circunstância, a Cesan interrompe o abastecimento de água. Aconteceu no último dia 15 e vem sendo recorrente nos últimos anos. A Cesan diz ter retomado o tratamento 24h depois, mas moradores de alguns bairros chegam a ficar quatro dias sem o líquido e tem de comprar de carros-pipa.

No Reis Magos, cuja captação foi implantada para suprir a crescente insuficiência do Santa Maria, há um problema grave também. Além de ter vazão pequena, o Reis Magos sofre com a influência do mar. Tanto que a Cesan admitiu ter mandado água salgada para a região da Serra Sede e do Civit I; inclusive, houve relatos de problemas de saúde em moradores. Agora, outra ameaça: o óleo que atinge as praias também pode subir o rio e afetar o abastecimento.

A construção da captação no Reis Magos, em 2017, foi uma iniciativa para reforçar o abastecimento da cidade. Assim como, em 2015, o governo do Estado decidiu que a barragem de Rio Bonito, no rio Santa Maria, reservasse água para abastecimento da Grande Vitória em detrimento da sua função original de produzir hidroeletricidade.

Decisão sensata, mas é preciso atenção com a poluição por agrotóxicos, fertilizantes e esgoto nas águas da barragem. Outra boa iniciativa é o anúncio da ArcelorMittal Tubarão de que irá dessalinizar água do mar. Isso deve reduzir a pressão sobre o Santa Maria uma vez que, ao lado da sua co-irmã Vale, é grande consumidora do rio.

A crise da água talvez não tenha sido ainda mais sentida na Serra porque muitos condomínios e até residências individuais adotam poços artesianos, que têm crescido sem controle, inclusive. Logo, uma parte da classe média não sente o problema ou percebe de forma atenuada. Mas há bairros com frequentes faltas d’água. O que, inclusive, tem gerado questionamentos – e até investigação na Assembleia Legislativa – sobre um suposto favorecimento de bairros mais abastados em detrimento dos mais carentes. A conferir.

Gabriel Almeida

Jornalista do Tempo Novo há mais de oito anos, Gabriel Almeida escreve para diversas editorias do jornal. Além disso, assina duas importantes colunas: o Serra Empregos, destinado a divulgação de oportunidades; e o Pronto, Flagrei, que mostra o cotidiano da Serra através das lentes do morador.

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