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“Acho que a candidatura de Sueli não foi boa nem para mim, nem para ela”

Sérgio Vidigal: congresso está mais fragmentado e pode dificultar governabilidade. Foto: Divulgação

Yuri Scardini

Reeleito para o cargo de deputado federal, o ex-prefeito da Serra, Sérgio Vidigal (PDT) se considera um “sobrevivente do tsunami” no processo eleitoral, da qual renovou grande parte da classe política brasileira. Vidigal admitiu que a candidatura de sua esposa, Sueli Vidigal (PDT), para deputada estadual, acabou se mostrando uma decisão equivocada e defende que o PDT se mantenha neutro no 2º turno da eleição presidencial.

Qual é a expectativa para este novo mandato?

A expectativa maior é que o próximo presidente consiga unir o Brasil e conduzir as agendas de reformas. São agendas que são importantes, que precisam ser debatidas com a sociedade, e tem que ser feitas logo no primeiro momento de mandato. E a expectativa é de que esse movimento brusco que a sociedade brasileira fez nessa eleição, possa de fato ter sucesso, porque se não tiver, vai ser pior ainda para o Brasil.

A maioria dos candidatos com maior recall político teve uma votação aquém do esperado. Como explicar isso?

A sociedade escolheu renovar a política. Eu acho que é uma aposta que a população está fazendo neste momento; ela se exauriu do outro modelo da política e está tentando uma nova fórmula, e a gente vai torcer para que esteja certa. Vamos depender também do desempenho desses novos, que muitos deles não têm experiência nenhuma. Como brasileiro vou torcer para que a escolha esteja correta e que a população tenha votado com muita sabedoria. É muito ruim para nós também, que somos sobreviventes desse tsunami, se esse modelo aparentemente novo, também não der certo.

Então você defende que esse processo de renovação não necessariamente pode significar mais qualidade na política?

Acho que depois disso tem uma ressaca para poder ver como fica o cenário da política no país, não dá para fazer nenhum tipo de previsão. É um momento novo. O Parlamento está mais fragmentado ainda, com 30 partidos (antes eram 25), isso não tem paralelo no mundo. O Senado da mesma forma e as Assembleias Legislativas da mesma forma. Então a gente não sabe ainda se essa decisão da população vai ser de sucesso, a gente torce que sim.

Você acredita que foi um erro ter lançado sua esposa, Sueli Vidigal, para deputada estadual?

Os impactos não foram somente na Serra, foi generalizado. Acho que a candidatura da Sueli, apesar de ter sido uma questão partidária, não foi boa para nem para ela, nem para mim, sob o ponto de vista de agregar uma votação mais expressiva. Sob o ponto de vista do desempenho, todo mundo caiu, mas o PDT ficou na liderança da votação de federal comigo e na estadual com Sueli, apesar de não ter sido eleita. Apesar de o prefeito (Audifax Barcelos-Rede) com a máquina na mão, o candidato dele, que foi Xambinho, ter tido uma votação expressiva. Nenhum eleito na Serra teve uma votação expressiva, até porque tinha muitos atores de fora, da Grande Vitoria. Eu acho que a rede social teve influência nesse sentido.

A candidatura de Sueli pode ter colocado o senhor em rota de colisão com seus principais aliados da Serra, Vandinho Leite (PSDB) e Pastor Ailton (PSC)?

Acho que não, são decisões partidárias, tem que respeitar. A minha relação é a mesma; não tem nenhum problema, estou aberto a discutir. Apesar de achar que discutir o processo eleitoral de 2020 é uma irresponsabilidade grande. Temos que aguardar primeiro quais serão as respostas que a população vai receber dos novos mandatários e quais serão os resultados. A partir dai avaliar o que a população está pensando, se acha que agiu corretamente ou se vai rever os posicionamentos dela.

Neste 2º turno, Vidigal é Haddad ou Bolsonaro?

Vou defender que o PDT se mantenha neutro para presidente e deixe que a democracia seja exercida pelos eleitores brasileiros. (Após a entrevista o PDT anunciou apoio a Haddad no segundo turno).

 

Redação Jornal Tempo Novo

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