“A única Rede que conheço é a de pescar”

Na semana passada durante a convenção do PDT, o deputado federal e ex-prefeito da Serra, Sérgio Vidigal, foi lançado pelo partido como pré-candidato a governador do ES. Nessa entrevista Vidigal diz que está avaliando essa possibilidade, confirma as conversas de aliança entre a nacional do PDT e do PSB e não descarta uma composição com o partido no ES. Perguntado se o PDT faz parte da base do governo Hartung, Vidigal não nega e nem confirma já sobre a Rede do prefeito Audifax, o deputado afirma que o partido precisa se preocupar com a cláusula de barreira.

 Há uma semana o presidenciável Ciro Gomes e o presidente Nacional do PDT, Carlos Lupi, te lançaram como pré-candidato a governador, é isso mesmo?

A prioridade número zero do partido é a candidatura de Ciro Gomes, que é irreversível, vai ser melhor se Lula não puder ser, pois daí acaba a polarização entre Lula e Bolsonaro. A segunda prioridade é ampliar a bancada federal. Na convenção, para minha surpresa, Ciro e Lupi quiseram me lançar como candidato a governador. Eu não estava preparado para isso, mas como soldado do partido fiquei de analisar e depois voltar a conversar com o PDT nacional. 

O cenário político capixaba é favorável a uma candidatura sua a governador?

A eleição no ES está muito aberta, todo mundo é candidato a tudo e ninguém é candidato a nada. Na majoritária, que é Governo ou Senado vai depender da conjuntura local,e vamos passar a discutir a partir de agora.É importante criar um palanque para Ciro, mas tem que analisar se o partido também não corre o risco de ficar isolado. A única coisa que a gente resiste, estou falando em meu nome, é esse negócio de candidatura de vice. Pode ser que o PDT até componha isso, mas só se for uma decisão da nacional para fortalecer o projeto do PDT, mas é uma coisa que não trabalho.

Contrastando com isso, existem muitas especulações na Serra de que você poderia ser candidato a estadual, para ficar mais próximo do eleitorado do município…

Não sei de onde tiraram isso. Existe gente do PDT que gostaria que eu fosse, mas é muito mais por um projeto de algumas pessoas, não é o projeto do partido.

É correto afirmar que o PDT está na base do governador Paulo Hartung (PMDB)?

O PDT não está bem na base do Hartung; pois temos um deputado que é líder do governo e outro que é oposição. Temos uma relação próxima com o Governo, mas hoje não temos secretário de Estado. Temos um secretário que se filiou ao PDT (Júlio Pompeu), mas ele já era secretário antes de se filiar ao PDT. A eleição de 2018 vai depender muito do nosso projeto nacional. Se o PDT tiver uma candidatura também, mas não sei se Paulo Hartung é candidato à reeleição; não temos essa definição ainda.

O senhor acredita que Hartung tem musculatura para uma disputa nacional?

No PMDB acho muito difícil. O partido vai tentar compor, e o nome de consenso na nacional com certeza não será o de Hartung. Além do mais, nóscapixabas temos pouca significância na composição eleitoral do país. Ele representa um governo de resultados, mas está num partido onde não é consenso. 

O PDT e o PSB estão conversando em nível nacional. É possível uma composição local com o ex-governador Renato Casagrande?

Não posso afirmar isso. O que posso afirmar é que a prioridade zero do PDT é o projeto nacional. É um partido democrático e qualquer decisão que vier a tomar a nível nacional vai conversar conosco antes. Mas isso não é descartado. A partir do momento que o PDT nos demandar isso, vamos com certeza analisar e ver o melhor caminho.

Como você avalia o lançamento pela Rede da pré-candidatura do prefeito Audifax ao Governo…

A única Rede que conheço é a de pescar. Não tenho como falar sobre isso. Em nível nacional pode até ter uma liderança importante, que é a Marina, mas que tem pouco lastro. O partido tem quatro deputados federais e ainda está sujeito a reduzir para1 ou 2. Acho que a principal preocupação da Rede agora é furar a cláusula de barreira. Ele (Audifax) tem todo direito de ser candidato; mas a nível nacional a prioridade é aumentar a bancada. Correm o risco, se tiver candidatura majoritária a nível nacional, de sair sozinhos; é um risco. Tem que respirar para depois correr.

Quais são os maiores desafios da Serra para 2018?

O município tem que retomar os investimentos na área social, principalmente. Perdemos muito na qualidade dos serviços. Algumas obras que foram iniciadas por mim tem que terminar. Precisa criar mecanismos para atrair investimentos. Acho que a prefeitura tem que retomar os projetos de planejamento estratégico da cidade.