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A tragédia dos extremos

Yuri Scardini

O Brasil em chamas vai às urnas neste domingo (07), onde paradoxalmente Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT), os dois candidatos mais rejeitados lideram as intenções de votos. Bolsonaro, com todas as suas contradições e discurso antidemocrático e Haddad, que é a versão 2.0 do poste de Lula.

Ambos podem significar profundas instabilidades políticas e mexem com os ânimos inflamados da população. Enquanto isso, o eleitorado de centro se fragmentou em diversas candidaturas que patinam, e sequer conseguiu formar um bloco que pudesse fazer frente à Bolsonaro e Lula/PT.

O que ninguém falou para o brasileiro é que se o partido do próximo presidente for muito bem nas urnas, ele não deve eleger mais de 60 deputados federais. Restando outros 463 deputados para formar uma maioria parlamentar de 2/3, distribuídos entre 35 partidos. Isso sem considerar o Senado Federal que é outro gargalo.

O voto é a condição de acesso, mas a governabilidade é pelo Congresso, uma vez que nosso sistema de governança é por meio do presidencialismo de coalizão. Portanto, inevitavelmente o próximo presidente, seja ele quem for, vai ter que negociar com o centrão, lotear cargos públicos e virar conluiado do clientelismo de Estado, já que o fisiologismo é a regra. A governabilidade é o desafio.

Bolsonaro significa um escalão de uma classe política que não se renovou e que representa inclusive o que há de extremado no povo brasileiro. Ele emergiu no vácuo deixado pelos erros do PSDB e como alternativa extremista potencializada pelas redes sociais. Um subproduto dos equívocos pavorosos do PT. Sem demonstrar de fato qualquer preparo e proposta de Governo, Bolsonaro é o caminho para o desconhecido num contexto global de fragilidade democrática.

Já o PT virou um instrumento do projeto individual de poder do Lula, que teve 13 anos para promover uma agenda reformista, modernizante e sustentável no Brasil, mas não o fez, afundando o país em crise, com uma desastrada política econômica, sendo mais do que cúmplice desse nefasto sistema político. E que nessa eleição teve a chances de unir o campo progressista e estabelecer uma unidade, mas preferiu dividir para reinar, traindo aliados antigos e compondo com seus algozes do impeachment.

O próximo presidente terá que unir o Brasil para superar esse apagão de insensatez, as crises de desemprego, desesperança e ódio. Algo que a essa altura já parece utopia. A Nação baila a beira do precipício, alucinada com o devaneio de um herói da pátria… E agora, quem poderá nos salvar?

Favoritismo agora e desafio depois

Aqui no ES, temos uma eleição de governador sem sal. Com um favoritismo de recall esmagador do candidato Renato Casagrande (PSB), que bate aproximadamente 70% das intenções de votos válidos. Nos bastidores sabe-se que Renato já vem desenhando uma equipe de governo, e tem evitado entrar na onda dos ataques de adversários, para não dar ibope.

Na prática, Casagrande se encaminha para ser proporcionalmente o Governador mais bem votado do Brasil. E apesar de ter um perfil mais estadista, com mais sensibilidade, ser mais ‘povão’ e acessível, é um projeto de continuidade para este cenário estabelecido desde a primeira eleição de Paulo Hartung (MDB), com algumas adaptações.

O ES é muito dependente das commodities e de políticas públicas vindas da União, mas tem uma boa chance de modernizar a economia e investir em modais logísticos como alternativa de fuga para empresas do Rio de Janeiro, que sofre quebradeira financeira e problemas crônicos como explosão de roubo de cargas e mergulhada em violência urbana que já começa a atingir as elites.

Quente mesmo está à eleição para o Senado, com três brigando por duas vagas (Magno Malta PR; Ricardo Ferraço PSDB; Fabiano Contarato), mas nenhum com um projeto claro de desenvolvimento econômico social para o ES.

Já nos cargos proporcionais, a briga também é grande e vitória significa um trampolim para a eleição de 2020, quando o controle das prefeituras estará em jogo. Aqui na Serra é um dos exemplos. Com R$ 1.3 bilhão anual, o segundo maior orçamento entre as cidades e a indicação de quase mil cargos comissionados, é uma das maiores vitrines capixabas.

 

Ana Paula Bonelli

Moradora da Serra, Ana Paula Bonelli é repórter do Tempo Novo há 25 anos. Atualmente, a jornalista escreve para diversas editorias do portal.

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