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A Serra tem 27% das importações e 34% das exportações capixabas

Além do efeito negativo do fim do Fundap e das deficiências de infraestrutura a desaceleração do crescimento da China derrubaram comércio exterior, aponta Agnaldo. Foto: Divulgação

Bruno Lyra

O comércio exterior capixaba, do qual a Serra é um dos protagonistas, teve queda brutal nos últimos dois anos. Por e-mail, o presidente em exercício do Sindicato do Comércio de Exportação e Importação do Espírito Santo (Sindiex), Agnaldo de Assis conversou com Tempo Novo sobre esse cenário, perspectiva futura e a participação da Serra. 

[TN] Além do recuo nas vendas de petróleo (-59%) e minério de ferro (-63%) no período 2015/16, quais outros itens da pauta ajudaram a derrubar as exportações? 

[Agnaldo de Assis] . Houve queda em todos os principais produtos da pauta exportadora capixaba. O Espírito Santo é um exportador de commodities (minério, celulose, petróleo e café) e em 2016 esses produtos tiveram grande queda de preço. A China, maior compradora de commodities, desacelerou economicamente e, consequentemente, houve redução na demanda. Entre 2015 e 2016, além do petróleo e do minério, caíram as exportações de produtos de ferro e aço  (-8%); mármore e granito(- 7%); celulose (-15%); café, chá mate e outras especiarias (-64%). Já os tubos flexiveis de ferro ou aço tiveram alta de 63%.  Por isto, é de extrema importância diversificar a pauta exportadora, com produtos de maior valor agregado e buscar novos mercados, como os EUA e Europa.

E nas importações, quais itens contribuíram para o recuo?
A queda se deu, principalmente, pela redução nas importações de automóveis (59%), que tem grande representatividade em nossa pauta importadora;   eletroeletrônicos (-25%)  e matérias têxteis (-35%), por conta da retração do consumo interno/atividade econômica do país. Também houve queda na importação de carvão mineral (-28%); máquinas e veículos para movimentação de cargas (- 35%). Leite em pó e outros produtos de origem animal tiveram aumento de 109%.

Além da crise econômica nacional, da paralisação da Samarco e dos desinvestimentos daPetrobrás,  há outros fatores locais que influenciaram nesta queda do comércio exterior capixaba?
A deficiência de infraestrutura portuária e aeroportuária e as mudanças nas regras relacionadas ao ICMS (Resolução Senado nº 13/2012, que na prática extinguiu o Fundap), que afetaram diretamente as empresas do setor de importação, a economia do Estado e dos municípios.

Nas exportações e importações, os dois últimos meses de 2016 apresentaram melhora. É uma tendência ou os números apenas refletiram o movimento natural da economia para aquele período do ano onde há aumento do consumo?
Citaria dois principais motivos (para a melhora): mudanças adotadas pelo governo federal nos aspectos políticos e econômicos, e uma tendência de melhora nos preços das principais commodities no cenário internacional. Essa tendência poderá ser confirmada no decorrer do primeiro semestre deste ano, mas já há um claro sinal de reação do mercado. As exportações brasileiras já tiveram um crescimento de 5,7% até segunda semana de janeiro, enquanto que nas importações, nesse mesmo período, o aumento foi de 8,5%.

Qual o caminho para o Espírito Santo voltar a ter um comércio exterior tão vigoroso quanto o observado no ápice em 2012?
Investimento em infraestrutura portuária e aeroportuária para facilitar a atração de novas cargas; Redução do excesso de intervenção de órgãos de várias esferas, aumentando a liberdade comercial para crescimento da atividade econômica. E também é preciso incluir empresas de pequeno e médio porte no comércio internacional.

Qual a participação da Serra no comércio exterior capixaba?   
Em 2016 a Serra movimentou  US$ 1,795 bilhão (FOB) em exportações (-8,7% em relação a 2015), o que representou 27% das exportações do ES. Já as importações pelo município, movimentaram US$ 1,245 bilhão (FOB), queda de 18% em relação a 2015. Mesmo assim, a Serra participou de 34% das importações capixabas.  

Ana Paula Bonelli

Moradora da Serra, Ana Paula Bonelli é repórter do Tempo Novo há 25 anos. Atualmente, a jornalista escreve para diversas editorias do portal.

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