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Amigo leitor,

Um estudo divulgado na última terça-feira (04/02) pela empresa de segurança McAfee e publicado pela revista eletrônica IDGNOW, especializada em tecnologia, constatou que cerca de 62% dos adultos brasileiros enviam ou recebem conteúdo íntimo por meio de dispositivos móveis, incluindo vídeos, fotos e mensagens.

Ainda segundo o estudo, 91% dos adultos brasileiros entrevistados confiam que seus parceiros não enviarão conteúdo íntimo ou informações privadas e 75% solicitam para o parceiro apagar as informações quando terminam o relacionamento.

Esse estudo mostra o grau de desinformação, irresponsabilidade e falta de cautela dos brasileiros usuários da tecnologia.

Em quase 14 anos trabalhando com crimes virtuais e tecnologia da informação, constatei centenas de situações em que a privacidade das pessoas tornou-se pública devido a uma falsa sensação de confiança em seus parceiros e também nos recursos de segurança dos dispositivos eletrônicos.

Independente da marca do smarthphone ou da tecnologia do recurso de segurança, sempre existirá a possibilidade do vazamento de qualquer conteúdo para a Internet, principalmente conteúdos íntimos, por chamarem mais atenção e serem mais cobiçados.

Existem diversas formas que podem colaborar com o vazamento desse tipo de conteúdo, inclusive durante seu envio e recebimento, ocasião em que poderá ocorrer a interceptação dos dados transmitidos, isso, no caso dos menos avisados, que não utilizam programas que criptografem os dados enviados.

Outra situação que poderá colocar em risco dados íntimos é a perda do aparelho eletrônico, pois mesmo que o dispositivo tenha uma senha de acesso, esse recurso pode ser facilmente burlado, bastando para isso a retirada do cartão de memória.

E ainda que as fotos, os vídeos e as mensagens sejam deletados, programas de forense computacional podem facilmente recuperar arquivos apagados e consequentemente, dependendo da índole de quem os manipula, serem publicados na Internet causando grande constrangimento para as partes envolvidas.

Portanto, fica aqui a dica: evite a produção e armazenamento de conteúdo íntimo em dispositivos digitais, pois não existe forma totalmente confiável de guardá-los em segurança.

A probabilidade de que esse material íntimo vaze e “caia na rede” é consideravelmente grande.  Não vale a pena arriscar.

Um bom final de semana a todos e até o próximo encontro.

 

Eduardo Pinheiro Monteiro – Especialista em Internet e Crimes Virtuais.  E-mail: eduardo.virtual@hotmail.com

 

 

Foto de Ana Paula Bonelli

Ana Paula Bonelli

Ana Paula Bonelli é repórter e chefe de redação do Jornal Tempo Novo, com 25 anos de atuação na equipe. Ao longo de sua trajetória, já contribuiu com diversas editorias do portal e hoje se destaca também à frente da coluna Divirta-se.

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